UNIVERSIDADE ABERTA UNAVIDA – UVA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ARTE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: Cultura Popular e Diversidade
PROFESSOR: MARCELO BULHÕES
ALUNO:VENCESLAU DE SOUSA JUSTINO
Roteiro da entrevista com Mestres da Cultura Popular
MESTRE BINA
ROTEIRO BÁSICO DA ENTREVISTA COM OS MESTRES
Dados pessoais:
1) Mestre, me diga, por favor, qual o seu nome de batismo, idade e local de nascimento
Bismarck Manoel da Nobrega, 49 anos. Filho natural de Santa Luzia - PB
2) Seu nome e sua função no grupo;
Mestre Bina, mestre
3) Existe algum porquê do nome do seu grupo;
Por que nós começamos a dançar, a cultura popular no campo, em seguida veio para a periferia e hoje já tá na cidade e os ricos até estão dançando.
4) Por que do seu nome no grupo? (história pessoal);
Quando eu cheguei no grupo me apelidaram de Bina e na época da universidade, eu fiz musica na UFPB e eles me chamavam de Bina, sou Bina até hoje.
5) Por favor qual é o seu tempo de cultura popular e quanto tempo tens como mestre;
Aos 16 anos comecei a dançar no grupo e já faz 28 anos que eu sou mestre.
6) Quando, onde e como o Sr. foi consagrado mestre de cultura popular?;
Na localidade de Caruçú, lá em sobrado PB e foi na dança do Reisado.
CARACTERÍSTICAS DO GRUPO:
1) Mestre, como e quando o seu grupo foi fundado?
Foi em 1981, numa festa popular na cidade.
2) Poderias apresentar seus auxiliares na tarefa de conduzir o grupo e as suas respectivas funções?
1 contramestre (Jacinto Costa) os músicos e os dançarinos, que nós chamamos de coqueiros.
3) O seu grupo usa algum tipo de vestuário/roupa específica? Porque?
Usa roupas tradicionais, representativas, cada tipode dança tem um traje
4) Qual é a frequência de ensaios por semana e duração do ensaio?
1 dia por semana, na quinta-feira, é 1 hora, uma hora e meia, quando precisa a gente ensaia 2 a 3 vezes por semana.
5) O Sr. realiza algum teste de aptidão física ou médica para ingresso no seu grupo?
Não. Nunca fiz.
HISTÓRIA PESSOAL NA CULTURA POPULAR: (Mesclar com fotos da história de cada um - arquivo pessoal)
1) Por favor, nos conte um pouco de sua história/trajetória pessoal na cultura popular na Cidade de João Pessoa;
Nós ficamos muito tempo na nossa localidade e fazia viagens pela redondeza, Natal, Recife, Jaboatão, aqui em João Pessoa o trabalho com grupo é um grupo da melhor idade.
2) Mestre, por quais grupos o Sr. Passou? E por quanto tempo ficou em cada um?
Só tive esse grupo até hoje.
3) Porque criou o seu atual grupo?
O grupo se criou pela formação, o povo vai se encontrando, e pela necessidade da cultura popular, é onde a gente tira a identidade do ser.
4) O Sr. se lembra dos seus primeiros passos, as emoções e sentimentos dos primeiros movimentos na cultura popular? Conte um pouco desta história...
Foi no natal de 1976 lá em Nova Brasília em sapé. Foi o dia mais nervoso que eu passei, lembro como se fosse hoje, me deu medo, um nervoso danado.
5) Poderia citar um dos seus melhores momentos no grupo até hoje?
Foi na festa de coco, tinha muitos políticos, eu improvisei muito e fui aplaudido e dai pra frente não parou mais.
O nosso endereço e: [http://sala cutural.ning.com] e o espaço físico hoje em sapé.
6) E agora o inverso. Qual foi o seu pior momento ou assim por dizer, o menos agradável, na sua vivência do grupo?
Foi o falecimento de D. Linda, o desejo era que o coco acompanhasse o cortejo, foi muito choro.
Fazemos aulas com sax, flauta e percursão e o próprio grupo confecciona seus instrumentos.
7) O Sr teve mais de um mestre/professor?
Não, só um, sempre o mais velho do grupo
8) Comente a importância destas pessoas na sua formação.
Nós aprendemos com o nosso grupo, um ajuda o outro, na universidade a gente conhece mais gente e vai aprendendo mais coisas.
SIGNOS DA CULTURA POPULAR
1) Qual o significado da cultura popular na sua vida?
É minha própria vida. A vida inteira trabalhei com isso.
2) Como o Sr. poderia definir a cultura popular?
É uma necessidade para as pessoas encontrarem suas identidades e não deixar morrer suas raízes, é a expressão mais verdadeira a criança cresce acompanhando o grupo e com o tempo vira mestre, eu comecei garoto, a gente vai aprendendo e ao mesmo tempo ensinando.
3) A cultura popular pode contribuir na formação de uma pessoa? Como?
Completamente desenvolvendo seu caráter. Dando oportunidade, ensinando a viver em sociedade, mostra aos jovens o melhor caminho para uma vida melhor.
4) Quais seriam seus conselhos para os alunos da atualidade?
Dedicação e profissionalismo
5) Existe algum tipo de relação entre a pratica da cultura e a vida de uma pessoa?
Tudo junto é uma só
6) A cultura popular educa? Se positivo, Como se dá este processo da cultura popular como educação?
Sim. Tanto na formação secular quanto na formação de caráter de herança, mesmo com o descaso com a cultura popular a educação vai passando de um para outro.
7) O Sr se sente apoiado pelos órgãos de incentivo à cultura na cidade de João Pessoa?
Não, nesse momento acabei de receber um não bem grande como apoio.
8) O Sr poderia falar do atual momento da cultura popular na cidade de João Pessoa? No Brasil? E no mundo?
Já foi muito marginalizado diziam que quem dançavam eram os bêbados, nos ultimo dez anos saiu da periferia para a cidade e a tomou novos rumos. Hoje se tem mais preocupação com a continuidade.
9) Poderia definir o que é um mestre da cultura popular, e quais as características e requisitos fundamentais tem de possuir para ser um verdadeiro mestre?
É responsável é respeitada por todos, tem que ter espirito de liderança, determinação, improvisação e estudo .
10) Em total quantas pessoas participam de seu grupo aproximadamente?
82 pessoas, na roda de apresentação é de 30 a 40 pessoas
COM RELAÇÃO À AULA/ENSAIO
1) Como o Sr estrutura a sua aula? Por temas? Por exemplo: em primeiro lugar trabalha os passos e logo as músicas? Existe algum tipo de planejamento, se positivo como se apresenta esta estruturação?
Não é por tema é por improvisação, primeiro começa com os passos no ritmo do pandeiro, depois vem a musica com os instrumentos e as voz
2) O Sr. Possui algum material impresso produzido por seu grupo a respeito de temas relacionados à cultura popular tais como livros, cartilhas, textos, etc.)?
Não temos material impresso
3) O grupo o qual coordena possui algum tipo de divulgação em espaço virtual , como web Page, blog, Orkut.
O nosso enderenço é http:// salacutural.ning.com, e o espaço físico hoje é em Sapé.
4) O seu grupo possui aulas específicas de instrumentação e músicas ou estes temas estão inseridos durante o desenrolar das aulas? O próprio grupo confecciona seus instrumentos?
Fazemos aulas com sax, flauta e percussão e o próprio grupo confecciona os seus instrumentos.
5) Mestre, o Sr. poderia descrever as características que diferenciam a dinâmica de ensaio do seu grupo dos demais?
Nós não fazemos artes só por fazer, tem todo um laboratório de pesquisa e de ensaios.
6) Em sua opinião porque os seus alunos praticam a cultura popular, e especificamente em seu grupo?
É uma coisa que vem passando de um para o outro, e sem que chega para assistir acaba entrado para o grupo.
7) Em geral sua aula/ensaio tem quanto tempo? Existe alguma diferença entre uma aula ministrada para um grupo com homens e mulheres juntos?
É entorno de uma hora, hora meia, a mistura de homens e mulheres, a diferença é que os homens bebem muito e ficam se amostrando.
8) Como é avaliado o desempenho de seus alunos/participantes?
Através do ritmo e balanço, no geral depende da marcação,
9) O Sr. se vê como um mestre que ensina mais com o uso da palavra ou com a demonstração dos movimentos e a participação física?
Os dois, tanto um pouco de teoria como um pouco de pratica.
10) Poderias definir como começa o seu ensaio, como o desenvolve e como o termina?
Começa com uma grande roda, o aquecimento é feito com um pandeiro para marcar o ritmo, vai de quinze a vinte minutos depois começa as batidas que chamamos de umbigadas e por fim fazemos um canto de despedida louvando o local e algum santo como São Benedito, São João e Santa Efigênia
11) Mestre, o sr. pratica algum tipo de registro de suas aulas, usa caderno, anotações, relatório, etc.
Tudo é registrado, tem relatório em ata e um bloco que eu uso durante os ensaios e anoto tudo, depois a gente faz uma avaliação coletiva, diminui isso, aumenta aquilo
12) O seu grupo promove eventos sociais e de lazer entre seus participantes (ex: passeios, churrascos, aniversários, festas, etc.)
Não, só nos ensaios, algumas comemorações de aniversariantes e quando viajamos para apresentar em algum evento.
13) Convidar o grupo para a defesa do seu TCC .
Provavelmente o mestre Bina estará presente na defesa do TCC.
SALVE A CULTURA POPULAR
No final o mestre Bina improvisou
Um operário aqui tornou-se presidente num pais onde não se tem o que fazer é trabalhador desempregado e seus filhos sem ter o que comer.
E eles lá em Brasília só fazem se divertir e nós ficamos aqui como uns descamisados sem saúde e sem comida também sem educação só se fala em justiça mais se envolve em mensalão desviando dinheiro publico escondido no cuecão engando todo mundo rasgando nossa constituição.
O endereço da sede do grupo é:
Rua Urbano Guedes s/n centro Sapé – PB
Tel 3283-2489 / 8869-3203
www.salacultural.com.br
Valeu Dada, pelo o seu esforço e contribuição para a cultura popular, pois o homem torna-se homem quando ele assume uma identidade e esta identidade de reconhecimento só é possivel atraves da nossa cultura.Que o seu aprendizado não fique só em sala de aula ou grupo de elite, que de uma maneira ou de outra corrompem o que tem de mais belo, tornando o que é uma atividade cultural em um show elitizado descaracterizando todo um trabalho de seculos e seculos atras.
ResponderExcluirBismarck Manoel da Nobrega - Mestre Bina OMB 8262
P.S Estou a sua disposição para o seu Trabalho de Conclusão de Curso, para depoimento, palesta apresentação ou outros.